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São inúmeras as reflexões, reclamações acerca do trabalho. Palavra que tem sua origem do latim TRIPALIUN, instrumento de tortura da idade média composto de três varas que esticavam o individuo, mesmo assim muitas pessoas afirmam que é o trabalho um dignificador do ser humano, contudo podemos dizer, ao analisar os meios de vida de sociedades ditas primitivas, tais como, os povos indígenas, agrupamentos africanos e aborígenes nos quais se tem uma visão da vida bem diferente da cultura burguesa capitalista desenvolvida principalmente a partir da Revolução Industrial.
Para esses indivíduos o importante é o aproveitamento da vida como um todo, talvez devido a isso eles têm um contato mais estreito com a natureza, e o estresse, provocado por uma vida que corre atrás de metas e cobranças do mundo do trabalho nos leva a concluir que o trabalho tem razão de ser para ter sua origem num objeto de tortura, se tratando de algo anti-natural do ser humano que procura a felicidade e a auto realização no dia a dia e muitas vezes preso em metas impostas por um mercado competitivo e desumano, se sente um peixe fora d'água.
Porém absorvidos por esse modelo globalizado e internalizando suas cobranças, muitas pessoas agora procuram a realização e felicidade no modelo capitalista do trabalho, que prega a competição, o esforço, pessoal, coisificação, onde se vale pelo que se tem e não pelo que se é. (a autora chama a isso de crise da civilização).
Prezo nessa busca incessante de realização pautada no prazer, por vezes irrefletido, conduz as pessoas ao um nihilismo e torna a sociedade insatisfeita.
Como estratégia de luta frente a essa situação é necessário recuperar a visão de conjunto, trabalhar em grupo, fortalecer o conceito de classe, buscar espaço, auto valorizar-se e lutar pela valorização de sua profissão em conjunto com seus colegas.
E quanto ao sofrimento que muitos experimentam no trabalho e em decorrência dele, é preciso ter a consciência de que esse sofrimento nem sempre é culpa sua. Sentimentos de abandono e desvalorização aparecem principalmente à aquelas pessoas que são encarregados de cuidar de outras de inúmeras formas que ocasiona a Síndrome de Burnout, sendo assim é preciso parar refletir no cuidado de si, pois principalmente os profissionais como professores, as vezes se perdem no intuito de formar, politizar e cuidar de seus educandos, mas quem cuida deles? Desta maneira tem se que parar e cuidar antes de seus problemas no tocante ao emocional para ter forças e condições para oferecer um trabalho com mais qualidade.
Mas, como nos referimos acima é preciso fazer isso juntos, como uma classe, ir contra a ideia de individualidade pregado pela moral capitalista do consumo.
Poderíamos aqui enumerar os diversos problemas pelos quais os professores passam: falta de motivação, problemas de vós, sentimento de abandono e desvalorização, mas estaríamos como se diz popularmente “chovendo no molhado”, pois tudo isso já sabemos, o importante é unidos com um sentimento de classe tentar resolver esses dilemas e dificuldades, uma vez que incumbidos da tarefa sublime de educar possamos elaborar técnicas para utilizar o “sofrimento” no trabalho a nosso favor, como um motor a nos impulsionar contra as dificuldades.
Sabemos muito bem que o profissional da educação se sente por vezes isolado, só contra todos os encargos, burocráticos, psicológicos, educacionais e inclusive os dramas de famílias que na maioria das vezes não possuem o mínimo sustento e estrutura familiar básica.
O ideal trazendo o pensamento de Aristóteles seria a valorização do ócio criativo, ou seja, dar mais tempo ao professor para que se aperfeiçoe em sua área e consiga preparar aulas melhores, mais criativas e estimulantes. Pois, enquanto o docente se sobrecarrega de mil tarefas, triplicando sua jornada de trabalho, se isola e não consegue assim fazer valer estratégias de luta pela realização de um trabalho a contento.
Eu estou revoltada, acho que todos os professores estão revoltados. Não está sendo justo. Cada profissional está sofrendo isoladamente e não está acontecendo uma discussão maior para se tomar providências em relação a isto. É tratado como problema de saúde individual. (professor/a apud Andrea Caldas).
Sabemos dos problemas, e temos que ter claro que para resolvê-los não temos fórmulas proféticas, precisamos colocar os pés no chão, criar consciência de classe para juntos lutar e conseguir as mudanças necessárias à felicidade no trabalho em detrimento do sofrimento.
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