terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A responsabilidade por Outrem VIII


A ética em primeiro lugar em Totalidade e Infinito é o ser para o outro, donde decorre a responsabilidade por outrem, quando entro em contato com o rosto, ele me força a responder, não posso recusar, sou o primeiro a ter que responder, posso e devo dar ao rosto do outro. Eu sou eu, o único na resposta que possa dar por isso a responsabilidade é o fundamento da subjetividade, ou seja, o homem não escolhe ser responsável; ele é para o outro como fundamento.
A responsabilidade é o nó que aperta as relações humanas e isso me aproxima do outro através da compaixão e serviço, e isso é o que caracteriza a espécie humana.
            Porém, não é um rosto físico, não apenas alguém que conheço, não é simpatia, contudo se dá no confronto, no face a face enquanto me sinto responsável por ele, fujo do egoísmo que me isenta de responder. A simples relação de conhecer não é capaz de definir a responsabilidade ética que ultrapassa a plástica do rosto do outro, e possibilita o acolhimento que me leva a responder.
            Essa resposta é subjetiva, uma vez que, ninguém pode responder por mim, ninguém pode substituir a minha resposta. Eu respondo o mistério do outro, com respeito, afeto, moradia sou o que eu respondo, quanto respondo, e como respondo ,ou seja, com alteridade total.
            Não é uma relação intencional, uma vez que, a resposta é maior que a minha vontade; o outro me incumbe por ele mesmo antes de, eu ter livremente assumido essa responsabilidade. O sujeito não é o que se autodetermina, mas é sujeitado a outro.
            O espírito humano se mostra quando se vai ao outro de mão cheia, quando se diz eu e se coloca em dívida com o outro e é na encarnação que o homem garante a sua espiritualidade, não é na transcendência, é na independência que eu tenho que aparecer como messias. O espírito humano é diaconia, é estar a serviço é chegar
   Eu me coloco em relação ao sujeito enquanto me dou ao outro sem esperar retribuição. E mais ainda sou responsável pela responsabilidade do outro, daí decorre a presença do terceiro que diz que ser eu é poder falar e questionar a totalidade que oprime. Tenho que prevenir a desumanidade, pois, se eu sofro sou responsável por deixá-la acontecer, ou seja, sou responsável por aquilo que deixei de fazer.
Para Levinas messianismo não é uma categoria religiosa, mas está em cada homem que se dá aos outros (tira o pão da própria boca), se coloca a serviço dos demais. Tenho que procurar o desinteresse, (deixar de ser para mim) agindo assim supera e se invertem as categorias do ser viril, egoico, totalizador, egoísta e se define num entre que ser na superação, na resposta e consegue o divino.
O homem se espiritualiza no momento que se dispõe pelo outro.
Comentário Prof. Adilson